Como brasileiros, queremos que nossos filhos falem a nossa língua mãe fluentemente, e sonhamos com o perfeito desenrolar de um relacionamento amoroso entre filho e português. Até que a coisa para de funcionar, geralmente por volta da idade em que passam a frequentar escola. A criança passa a rejeitar o uso do português, preferindo responder em inglês, que afinal é a língua dominante, usada na escola, em meios de comunicação, etc.
Foi assim com meu filho, que apesar de entender perfeitamente o que lhe estava sendo dito em português, passou a resistir o uso do nosso idioma após uma certa idade. Até que ele passou a frequentar aulas no IBEC.
Sua experiência em sala de aula, com outras crianças na sua mesma situação, alfabetizadas em inglês e aprendendo o português em casa, o fez se sentir muito mais confortável com o uso da língua, tanto em casa como com outros brasileiros. Todos aqueles anos ouvindo o português em casa de repente passaram a ser úteis como ferramentas de comunicação, e passaram a fazer sentido. Foi como uma dose de realidade, uma espécie de reiteração da existência do português fora de casa, quase que uma “viagem para um mundo novo”, um Brasil na Califórnia, onde todos não só falam português como também divulgam e celebram a cultura brasileira. Um lugar onde é perfeitamente aceitável falar em um português não tão perfeito, talvez, mas que está sendo aprimorado a cada aula, com a ajuda da professora e também pela observação de outras crianças na sua faixa etária, que também cometem erros, mas continuam aprendendo e se expressando nessa língua tão bela que tivemos a sorte de herdar de nossos antepassados.
Desenvolve-se um senso de orgulho na sala de aula, gerado não só pela aprendizagem do português, mas também pelo cultivo e observação das tradições brasileiras, que muitas crianças criadas neste país não tiveram a oportunidade de experimentar.
No caso do meu filho, houve uma verdadeira transformação na quantidade de português falado em casa, após o início das aulas de português no IBEC. Ele adora as aulas, e mal pode esperar pelos sábados. Ele me fala sobre detalhes da nossa cultura que eu nunca havia pensado em dividir com ele, e quando há festas culturais ou folclóricas promovidas pelo IBEC, é como se literalmente estivéssemos vivenciando um dia no Brasil, rodeados de brasileiros, comidas típicas, música e tudo aquilo que caracteriza, de modo tão especial, a nossa rica cultura.
Não subestime a importância de uma escola de português para seus filhos. Ela é fundamental para o desenvolvimento linguístico e cultural, além de oferecer a oportunidade de, ao menos uma vez por semana, abraçar por completo a experiência mágica de aprender e falar português em uma escola brasileira, o que é essencial para o crescimento e confiança no uso do português fora de casa.
Viviane A. Dutta
IBEC 